A Europa chega ao Paraná
Visitantes europeus
A conquista do Brasil e do Paraná pelos europeus aconteceu repleta de acordos e lutas, principalmente entre Portugal e Espanha. Diante de notícias da existência de terras em um novo continente, as duas Coroas assinaram um acordo onde ficaram estabelecidas as divisas de futuros territórios a serem descobertos.
Tratado de Tordesilhas (1494)
Portugal, que já havia estado na América, em expedições sigilosas, conseguiu garantir que a linha demarcatória passasse a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. A partir deste tratado (1494), chamado de Tordesilhas, haveria uma linha divisória entre as descobertas das duas Coroas. Através do Tratado somente uma pequena faixa de terra do território paranaense, a leste e litorânea, pertencia a Portugal. O acordo nunca fora respeitado, sobretudo pelos portugueses, que avançaram rumo ao sul do continente, transitando pelo que viria ser o atual estado do Paraná, até chegar a foz do Rio da Prata, em Buenos Aires.
Os espanhóis
O processo de ocupação do território do atual estado do Paraná começou em duas frentes: os espanhóis partindo de Assumpção, vindo do oeste e os bandeirantes portugueses vindo de São Paulo. Mais tarde, devido ao esquecimento do tratado, os portugueses avançaram até o rio Paraná. Os espanhóis começaram a conquista fundando Buenos Aires em 1536 e Assumpção em 1537. Preocupados em não perder territórios para os concorrentes lusitanos, os espanhóis fundaram duas vilas, chamadas de Ciudad Real Del Guairá e Vila Rica do Espírito Santo, são as encomiendas.
Localização das encomiendas
Encomienda - Na língua espanhola significa encargo. Sistema espanhol que impunha aos nativos taxas e produtos ou prestação de serviços aos “adelantados”. Os espanhóis deviam controlar os índios e discipliná-los para o trabalho. Eram obrigados a caçar, preparar a terra e plantar mandioca e milho, caçar e pescar para seu dono, providenciar madeira para o fogo, auxiliar na construção de casas, coletar erva-mate. A reação dos nativos foi imediata, rebelando-se contra os exageros. A alternativa encontrada pelos espanhóis foi à pacificação através dos padres jesuítas nas reduções missioneiras.
Adelantado – Um adiantado ou adelantado era um funcionário do Reino de Castela (Espanha) que tinha a máxima autoridade judicial e governativa sobre um distrito. Durante a conquista da América pela Espanha, o rei concedeu o título de adelantado aos conquistadores que empreendiam expedições com meios privados e que se convertiam em representantes da Coroa no território que conquistassem, ex: Alvar Nuñes Cabeza de Vaca.
Os portugueses
As Capitanias Hereditárias foram a forma de controlar e garantir a posse das terras conquistadas pelos portugueses. O rei de Portugal D. João III dividiu a colônia portuguesa em 15 faixas de terras, entregando cada uma delas a um donatário. Estes donatários deveriam povoar, administrar e arrecadar impostos, além de doar enormes lotes de terras, - as sesmarias – a colonos. O Paraná fazia parte de duas capitanias, a de São Vicente, no litoral norte, e Santa Ana, no litoral sul.
A localização das capitanias hereditárias
As expedições
Antes dos portugueses se instalarem no litoral paranaense, os espanhóis já financiavam expedições por parte do território. A frota comandada por Juan Dias de Solis (1515) percorreu o Rio da Prata, passando pelo atual estado de Santa Catarina e o Paraná, na altura da região litorânea de Paranaguá. A expedição de Aleixo Garcia, espanhol e navegante aventureiro, também passou pelo litoral, porém naufragou em Paranaguá.
William Michaud - floresta da encosta, 1890
Em 1541, a Coroa espanhola enviou outra expedição, comandada por Alvar Nuñes Cabeza de Vaca. Foi a primeira presença espanhola em solo paranaense. Partiu em 1541 da ilha de Santa Catarina com o objetivo de realizar um reconhecimento por terra da região. Passou pelos campos de Curitiba e de Campos Gerais. Um ano depois do início da aventura chegou ao seu destino, Assumpção. Foi o primeiro europeu a percorrer o sentido leste-oeste, chegando ao Paraguai. Segundo suas narrativas, dizia: “é a melhor terra, de melhor água, rios e arroios, fontes e campos e arvoredos, que tenho visto”. Essa expedição seguiu o Caminho de Peabiru.
O Caminho de Peabirus (na língua tupi, "pe" – caminho; "abiru" - gramado amassado) são antigos caminhos, utilizados pelos indígenas sul-americanos desde muito antes do descobrimento pelos europeus, ligando o litoral ao interior do continente. O principal destes caminhos, denominado como Caminho do Peabiru, constituía-se numa via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico.
Os aventureiros Francisco Chaves e Pero Lobo, em 1541, conduzindo 80 homens, entraram pelo litoral paulista atingindo logo o atual Paraná. Dirigindo-se para o oeste, foram atacados por índios provavelmente na altura dos rios Paraná e Iguaçu. Com a descoberta das ricas minas de prata em Potosí, na Bolívia em 1549, a vida dos colonos da região mudou. Iniciaram um processo de exploração agrícola e extração de produtos vegetais para abastecer Potosí. A Coroa da Espanha resolveu iniciar o povoamento do Paraná, próxima de Sete Quedas, em 1554. Três anos após o povoado foi transferido para a foz do rio Piquiri, na Ciudad Del Guairá, atual Guaíra.
Começaram a escravizar os milhares de índios existentes na região. O principal trabalho consistia na colheita e beneficiamento da erva-mate nos ervais nativos da região. Devido à grande resistência das comunidades nativas em relação à escravidão, o governo espanhol, em 1578, convidou os padres jesuítas para através da religião, conquistar de forma pacífica, o apoio dos índios.
Paranaguá
Os irmãos Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza receberam do governo português as capitanias de Santa Ana, que se extendia do sul da Ilha do Mel a baía de Paranaguá até a Capitania de São Vicente, que abrangia o território ao norte da baía de Paranaguá conseqüentemente. Ambos os irmãos sempre demonstraram pouco interesse na ocupação do litoral. Somente o herdeiro Marques de Cascaes é que realizaria o povoamento, em 1660, criando a Capitania de Paranaguá.
Curitiba
Em 1668, Gabriel da Lara mandou erguer o pelourinho, símbolo da justiça, no povoado recém surgido além da serra do mar. Como ainda eram poucas famílias, cerca de dezessete, ela acabou sendo esquecida. O povoado somente foi lembrado pelas autoridades no ano de 1693, quando foi elevada a vila, instalando nela a Câmara de Vereadores e realizando as primeiras eleições para seus representantes. A vila, que contava com mais de noventa famílias, recebeu o nome de Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba.
Tela de Theodoro de Bona-cacique Tindiquera indica o local da fundação de Curitiba.
Pelourinho - Coluna de pedra ou de madeira, em praça ou lugar público, junto da qual se expunham e castigavam criminosos.
Segundo conta uma lenda, que entre os muitos arraiais ali existentes, havia um que ficava as margens do rio Atuba. Conta a lenda que todas as manhãs a imagem de Nossa Senhora da Luz estava voltada com os olhos para o lado onde queria que erguesse sua igreja em definitivo. Os moradores resolveram então mudar a sede de sua povoação. Esta mesma lenda narra que para ter um bom convívio com os nativos, seria necessário convidar o cacique da tribo dos tingüis, que habitavam a região, para este indicar-lhes o local mais apropriado para as instalações. O cacique fincou uma vara ao chão dizendo: “Core-etuba i.é” [muitos pinhão aqui], ou aportuguesado Curitiba. Da expressão do chefe indígena proviria a origem do nome da capital paranaense.
2 comentários:
PROFESSOR VISITE NOSSO BLOG SOMOS ALUNOS DO CURSO DE HISTORIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS .
POSTAMOS UMA MATERIA SOBRE O CABEZA DE VACA( ÁLVAR NUÑES)
QUEREMOS VER SEU COMENTARIO E VAMOS SEGUIR O SENHOR AQUI.
MARCOS.
www.bomba-h.blogspot.com
OLÁ....
como o MARCO, bem disse somos alunos de história, e seu blog nos serviu de auxilio em um seminário que fala de ALVAR NUNES.... queria agradeçer pela postagem a cerca de temas assim relevantes.....
OBRIGADO
VICTOR BARBOSA
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