Os primeiros habitantes
A história do Brasil não começou com a chegada dos portugueses. Arqueólogos, que estudam o passado dos povos através dos vestígios que eles deixaram (ossos, objetos, etc.), afirmam que há pelo menos 20 mil anos estas terras já eram habitadas.
Antes da chegada dos europeus à América, viviam aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Em território brasileiro esse número chegava a cinco milhões de nativos. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: Tupi-guaranis (região do litoral), Macro-jê ou Tapuias (região do Planalto Central), Aruaques (Amazônia) e Caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 250 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e das 300 línguas diferentes e culturas que existiam, restam apenas 170 línguas; muitas delas conservadas pelo isolamento da região norte do país. Porém, muitos povos não vivem mais como antes da chegada dos portugueses: o contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
Família guarani capturada por caçadores de índios escravistas, tela de Jean Baptiste Debret, 1830.
Reservas indígenas no Paraná
No Paraná encontramos dois grupos nativos que se dividem em:
1) Os tupi-guaranis
- No litoral, tribos carijós; no oeste, guaranis e xetás;
- Primeiros a entrar em contato com os portugueses;
- Com eles os europeus se entendiam melhor do que com os gês;
- Viviam em oca;
- Desenvolveram agricultura, plantando milho, mandioca, algodão, fumo;
- Eram hábeis com cerâmica (objetos de barro cozidos), tecelagem (redes e tecidos) ;
- Produziam grande quantidade de farinha de mandioca;
- À mulher cabiam as atividades domésticas, a produção de cerâmica, tecelagem e agricultura;
- Ao homem, a caça, a derrubada de mata, a construção de habitação e a segurança da tribo.
2) Os gês
- Tribos de kaiganges. botocudos, coroados
- Eram caçadores, coletores e horticultores;Levavam uma vida nômade e desconheciam agricultura e cerâmica;
- Em determinadas situações praticavam a antropofagia com seus prisioneiros. Quando isto ocorria, o autor da prisão poderia acrescentar mais um nome ao seu. Quanto maior o nome, mais respeitado e temido era o guerreiro.
No Paraná, os principais vestígios deixados pelos indígenas foram os sambaquis, encontrados no litoral. São restos de cozinha indígenas deixados por vários séculos. Predominam evidências de pedras, ossos e cerâmica, trabalhadas pela mão indígena.
Sambaquis
A contribuição das comunidades nativas
Foram diversas as formas que as comunidades nativas do Paraná contribuíram para a formação da sociedade paranaense.
- No vocabulário: Curitiba, Paranapanema, Iguaçu, butiá, canjica.
- Na alimentação: a canjica, farinha de mandioca, paçoca, mingau, fumo, erva-mate, pinhão, milho verde
- Nos costumes: o uso da rede como cama de dormir, a higiene através do banho diário, algo não praticado pelos europeus.
Fases na obtenção da farinha de mandioca
Curiosidades
A língua tupi
O tupi é uma língua indígena extinta, originária do povo tupinambá, que teve sua gramática estudada pelos jesuítas, e que deu origem a dois dialetos, hoje considerados línguas independentes: a língua geral paulista, e o nheengatu (língua geral amazônica). Esta última ainda é falada até hoje na Amazônia.
Mitologia Tupi-Guarani
- Anhangá ou Anhangüera supostamente significa "Coisa Ruim".
- Caipora - É uma entidade da mitologia tupi-guarani. É representada como um pequeno nativo de pele escura, ágil, nú, que fuma um cachimbo e gosta de cachaça. Habitante das florestas, reina sobre todos os animais e destrói os caçadores que não cumprem o acordo de caça feito com ele. Seu corpo é todo coberto por pelos. Vive montado numa espécie de porco-do-mato e carrega uma vara. Aparentado do Curupira, protege os animais da floresta. Os índios acreditavam que o Caipora temesse a claridade, por isso protegiam-se dele andando com tições acesos durante a noite.
- O Curupira - É uma figura do folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, um anão de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás. Protege a floresta e os animais, espantando os caçadores que não respeitam as leis da natureza, ou seja, que não respeitam o período de procriação e amamentação dos animais e que também caçam além do necessário para a sua sobrevivência e lenhadores que fazem derrubada de árvores de forma predatória.
- Guaraci ou Quaraci - Na mitologia tupi-guarani é o deus do Sol, da dor, da vida e criador de todos os seres vivos. Encarregado de dirigir o reino animal. Também conhecido como Coaraci.
- Tupã - Na língua tupi significa trovão. É uma entidade da mitologia tupi-guarani. Os autóctones rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas uma manifestação de um deus. É importante destacar esta confusão feita pelos jesuítas. Nhanderuete, "o liberador da palavra original", que é um dialeto da língua guarani, do tronco lingüístico tupi, seria algo mais próximo do que os catequizadores imaginavam.
Um comentário:
Muito bom!!!!
Por favor posta mais!!!!
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