domingo, abril 10, 2011

Proclamação da República (1889)

O regime imperial vinha apresentando sinais de desgaste bem antes mesmo de 1870. As diversas leis que aboliam a escravidão contribuíram para que as elites brasileiras ficassem descontentes dom d. Pedro II. Os conflitos sociais que insistiam em questionar a coroa e dava certa instabilidade no governo ampliava a desconfiança de que a monarquia não estava conseguindo administrar o país.


O golpe da monarquia
Um dos motivos mais fortes foi a abolição da escravatura no país. Porém não podemos esquecer que estava crescendo no Brasil uma aristocracia cafeeira que urgia por mais políticas voltadas a exportação do grão, além de investimento da infra estrutura brasileira que facilitasse o escoamento do café até os portos.

Em 15 de novembro de 1889 os militares de alta patente destituíram de forma arbitrária o gabinete imperial e proclamaram a república.  Deram 24 horas para a família real deixar seus pertences, propriedades e bens, e rumar para a europa. Não houve nenhuma participação popular na transição, a república passou despercebida pelo povo. Imediatamente foi formado um governo provisório que ficou responsável pela transição, além de delaborar uma nova constituição.
Encenação da Proclamação da República.
O marechal Hermes da Fonseca, líder da conspiração, acabou sendo indicado para reorganizar o país e chefiar a formação de um novo corpo ministerial. Os republicanos não tinham um projeto político sólido para o Brasil. Após o golpe isso ficou mais claro, sobretudo pelo fato de que boa parte de funcionários e ministros do governo imperial continuaram na nova república.

Ao poucos foi formando uma burguesia muito rica de fazendeiros no sudeste do Brasil. Novas políticas trataram de contribuir para a expansão da plantação do café. Os cafeicultores começavam a defender uma nova organização política para a nação, cque desse mais poder e autonomia para as províncias. Na direção desse novo movimento estava o Partido Republicano Paulista (PRP).

No setor urbano da república havia o apoio dos profissionais liberais e as alas mais jovens do exército. Entre eles existia dois grupos que discutiam a transformação do país:
·         Quintino Bocaiúva: defendia uma transição pacífica;
·        O advogado Silva Jardim defendia uma mobilização popular.
Esse período ficou conhecido como Primeira República [1889-1930]

Questão militar
O exército vinha se fortalecendo, principalmente depois da Guerra do Paraguai (1864-70), luta travada entre Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. O exécito se profissionalizou ainda mais, devido as batalhas que os generais tiveram que planejar.
Os militares sempre tiveram baixos salários e um papel secundário na política, mesmo tendo tantas vitórias nos fronts. O desgaste entre o governo monárquico e o exército era cada vez mais claro e forte. Não demorou muito para as principais lideranças se organizarem e preparar o golpe. Deodoro da Fonseca foi o grande nome.

Constituição de 1891
O caráter da nova constituição deveria ser federalista e presidencialista. Deveria também existir a divisão dos estrutural dos poderes entre o executivo, legislativo e judiciário, todos livres e independentes. Foi instituído o voto direto e universal, porém somente homens, maiores de 21 anos, alfabetizados poderiam votar e ser votados. 
Elaboração da consituição
Religiosos e mendigos eram proibidos de votar. Num país onde as instituições escolares eram insignificantes e somente as elites tinham acesso, ficou claro que a república nasceu de uma forma totalmente injusta e discriminatória,  mais parecendo um clube de poucos sócios. Não há menção sobre a participação da mulher nas eleições segundo a constituição.
A separação entre Estado e Igreja [criação do casamento civil e do ensino leigo] também foi outra prerrogativa.

República da Espada
Foi o período em que o chefe de governo no Brasil era militar. Também foi com os militares no poder, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, que foi elaborada a primeira constituição republicana, em 1891. O Brasil passou a ser chamado de República dos Estados Unidos do Brasil.

República das Oligarquias (governo de poucas pessoas)
O poder estava nas mãos de homens de latifundio [vasto domínio rural constituído de terras não cultivadas]. Predominava a política dos governadores, ou seja: grupos dominantes estaduais controlavam os deputados federais para que estes apoiassem a União em aprovação de leis e nas eleições. 

Em troca a União dificultava a vida da oposição, criando leis que impediam destes chegarem ao poder, além de elaborar regras que favorecessem o plantio e venda do café. Essa atitude por parte do governo federal contribuiu para o surgimento de um fenômeno brasileiro de domínio político local, através da persuasão e da violência, chamada de “Política dos Coronéis”.

O primeiro presidente – Deodoro da Fonseca
Embora o princípio era de que a república traria mais liberdade e melhoria para a vida da população, na prática isso de longe ocorreu. Primeiro porque o país estava passando por uma grave dificuldade financeira, o chamado encilhamento. Outra porque no poder estavam os militares, que por tradição procuravam administrar as instituições como uma extensão do quartel. 
Deodoro da Fonseca

A postura rígida e inflexível de Deodoro, marca sua conduta militar, provocou a censura na imprensa, fechou o congresso nacional, devido a quantidade de cobranças que recebia. Sua renúncia foi inevitável. Assumiu no seu lugar, outro militar, Floriano Peixoto.  

O segundo presidente – Floriano Peixoto
Segundo militar a administrar o país consecutivamente. Havia sido vice de Deodoro. Também foi um período de mão de ferro por parte do presidente. No seu governo ocorreram duas revoltas nacionais muitos expressivas. A primeira foi a Revolução Federalista [1893-1895] no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada [ 1893-1894], moviemento de insubordinação dos marinheiros. Após Floriano Peixoto, os presidentes civis marcaram presença, sendo que o sobrinho de Deodoro, Hermes da Fonseca, seria o único militar a retornar ao poder durante o período da República Velha. 
Floriano Peixoto
 Café com leite
Foi a alternância no poder central entre os políticos de MG e SP. De uma lado havia o Partido Republicano Mineiro (PRM), que elegeu os presidentes Afonso Pena, Nilo Peçanha, Venceslau Braz, Epitácio Pessoa e Arthur Bernardes. Do outro lado estavam os membros do Partido Republicano Paulista (PRP), que elegeram os presidentes Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Delfim Moreira e Washington Luis.

Havia acordo entre os dois partidos estaduais de revezamento do poder. Os candidatos a serem escolhidos para as eleições eram fazendeiros ou estavam ligados diretamente a plantação de café e criação de gado. Nesta época não havia partidos com organização nacional, todos eram partidos estaduais, com políticas locais muito peculiares a suas realidade estadual. 

Este  acordo entre políticos dos dois estados tinha um único objetivo: ter o controle absolyto do Brasil para que as políticas agrárias em favorecimento do café fossem garantida e ampliadas. O Brasil entou numa fase em que não havia investimentos e incentivos a formação de uma indústria nacional. Ao contrário, os fazendeiros tiveram a melhor fase para enriquecer, ampliar a influência política  e dominância política.

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